Concurso de Arquitetura
Escola primária
O direito à educação é um dos direitos fundamentais e inalienáveis de qualquer pessoa, bem como um princípio estabelecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos. No entanto, para mais de 600 milhões de crianças em todo o mundo, esse direito não é garantido devido à fragilidade econômica, política e condições de saúde, à presença de conflitos, desastres naturais, estereótipos e aos preconceitos socioculturais.
Na África Subsaariana, a maior parte das escolas não consegue oferecer serviços básicos que possam proteger os estudantes, fazê-los se sentir seguros e promover o desenvolvimento de seu potencial.
Sem uma educação de qualidade, as crianças não poderão adquirir as habilidades necessárias para enfrentar os problemas da vida e encontrar um emprego útil para torná-las independentes, tampouco poderão participar das decisões que as afetam, colocando seu futuro em risco.
Estamos em busca de um novo modelo de escola que possa proteger e fomentar o desenvolvimento do potencial de cada criança!
O PROJETO
O objetivo do processo seletivo é selecionar um modelo arquitetônico de escola primária que possa elevar o nível de educação das crianças, garantir o direito ao estudo, garantir a saúde e proporcionar as condições psicofísicas e sanitárias necessárias para desenvolver as potencialidades de cada estudante. Uma instalação que não se limite apenas a cursos escolares, mas que possa incluir atividades extracurriculares é o ideal, um lugar que não seja somente uma escola, mas também uma comunidade. Por meio da arquitetura, formas e cores, o intuito é criar um modelo que inspire confiança tanto nos estudantes como na comunidade e nas autoridades. Um lugar de identidade único e simbólico, mas simples, no qual cada criança possa se encontrar e começar a construir seu próprio futuro.
O projeto deve ser concebido como viável em um processo de intervenção humanitária e autoconstrução, isto é, sem pessoal qualificado e com a participação direta da comunidade local; desse modo, deve atender a determinados requisitos de construção, a saber:
Facil de realizar
através tecnologías sustentáveis e adaptáveis a auto-construção, sendo então realizável sem uso de maquinários pesados ou equipamentos complexos
Uso de materiais naturais e/ou de reciclagem
atingíveis no território, limitando dessa forma o impacto econômico-ambiental e gerando rentabilidade
A integração com o contexto ambiental
social e cultural do lugar indicado
Salas de aula
Deve haver seis salas de aula com uma média de 25 estudantes cada.
Escritórios
Deve haver escritórios para a gestão e uma sala de reuniões para o corpo docente.
Área de laboratório
Deve haver um espaço flexível para a organização de atividades recreativas e laboratórios para os alunos.
Após a inscrição, os participantes receberão materiais adicionais necessários para o desenvolvimento do projeto:
Fichas técnicas, preços e fotos dos principais materiais;
Imagens de escolas e casas em ambientes rurais;
Layouts dos trabalhos a serem submetidos.
Prêmios
€ 5.000 - Estágio na Kengo Kuma - Construção
1º prêmio
5.000 €
Costruzione
Estágio na Kengo Kuma (Japão)
Compartilhando com parceiros
Exposições e eventos
Publicação no volume
Certificado
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2° prêmio
2.000 €
Estágio na EMBT Architects (Espanha)
Compartilhando com parceiros
Exposições e eventos
Publicação no volume
Certificado
3° prêmio
1.000 €
Estágio na SBGA | Blengini Ghirardelli (Itália)
Compartilhando com parceiros
Exposições e eventos
Publicação no volume
Certificado
2 menções honrosas
100 €
Compartilhando com parceiros
Exposições e eventos
Publicação no volume
Certificado
5 menções especiais
Exposições e eventos
Publicação no volume
Certificado
20 finalistas
20 Top 50
Exposições e eventos
Publicação no volume
Certificado
Todos os projetos vencedores serão publicados no livro oficial do concurso, no site oficial e nas redes sociais do concurso. Todos os projetos serão transmitidos a todos os parceiros de mídia, sites e revistas internacionais de arquitetura. Todos os projetos serão compartilhados com instituições e associações internacionais, nacionais e locais. As formas de desembolso dos prêmios estão definidas no regulamento.
CLASSIFICAÇÃO DO PROJETO
Senegal - Africa
O projeto de escola primária deve ser elaborado para as áreas rurais do sul do Senegal. Este é um país no oeste da África Subsaariana que faz fronteira com o Oceano Atlântico, Mauritânia, Mali, Gâmbia e Guiné.
A população nacional é de quase 18 milhões, concentrada principalmente nos grandes centros urbanos e na capital, Dakar. O território, predominantemente plano, estende-se por cerca de 200.000 km², à esquerda hidrográfica do rio com o mesmo nome e nas bacias hidrográficas de alguns rios menores, como o Gâmbia e o Casamance ao sul, onde se formam lagoas.
O território também se estende até o chamado “Sahel”: a zona de transição entre as regiões áridas do Saara e as regiões úmidas da África Ocidental da Guiné.
O sul do Senegal
A região sul, além do enclave da Gâmbia, é chamada de Casamance, em homenagem ao rio de mesmo nome, e está dividida em três regiões administrativas: Ziguinchor, Sedhiou e Kolda, totalizando cerca de 1,5 milhão de habitantes.
É uma das áreas menos desenvolvidas do país, com uma taxa média de urbanização nas áreas rurais de 8% e uma taxa média de pobreza em torno de 90%. A localização é puramente agrícola e as aldeias rurais têm em média 1.500 habitantes. As principais cidades de Ziguinchor, Kolda e Sedhiou têm populações de 200.000, 65.000 e 30.000 pessoas, respectivamente.
Nas áreas rurais de Casamance, a qualidade de vida está entre as piores do país em decorrência da falta de desenvolvimento, falta de recursos e infraestrutura, além das mudanças climáticas, que afetam severamente as atividades agropastoris, principal fonte de autossuficiência da região. Aqui, a pobreza é mais alta, com 97% da população; 88% das famílias não têm acesso à água potável; 60% da população vive em domicílios sem acesso direto à energia elétrica e 98% dos domicílios não têm rede de esgoto; 60% das crianças abandonam a escola antes do ensino médio.
EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
A educação é a base para melhorar a vida das pessoas e das comunidades, e é a ferramenta necessária para torná-las autossuficientes. Com a Agenda 2030 da ONU, um dos objetivos fundamentais é, de fato, possibilitar uma educação de qualidade para todas as crianças. Nos últimos anos, houve conquistas globais significativas em termos de matrículas escolares. O nível básico de alfabetização melhorou consideravelmente e a igualdade entre meninas e meninos na educação primária foi alcançada. Contudo, foram poucos os países que tiveram essas conquistas em todos os níveis educacionais. O que foi feito até agora não tem sido suficiente, e ainda hoje milhões de crianças no mundo não gozam do direito à educação.
Embora a matrícula escolar nos países em desenvolvimento tenha atingido 91%, 57 milhões de crianças ainda estão excluídas, e mais da metade delas vive na África Subsaariana. Também agrava a situação a falta de materiais didáticos adequados e de infraestrutura compatível com uma demanda cada vez maior.
Em outras situações, muitos estudantes chegam às aulas com fome, doentes ou exaustos do trabalho infantil ou das tarefas domésticas e, muitas vezes, as instalações escolares não estão equipadas para fornecer alimentação ou atenção à saúde. A maior parte das escolas na África Subsaariana não tem banheiros, vestiários ou cantinas, e a infraestrutura escolar é reduzida a uma sucessão de paredes e salas de aula, normalmente feitas de tijolos de concreto. Nesses ambientes, é difícil estimular a psique dos estudantes e desenvolver todo o seu potencial, bem como proteger seu direito à educação, à vida e à saúde.
A educação é a ferramenta fundamental para adquirir as habilidades analíticas, técnicas, organizacionais e de tomadas de decisão, além de fortalecer a autoconfiança e a determinação necessárias para fazer as escolhas importantes da vida com base na consciência e no conhecimento. Um adulto sem instrução pode não ser capaz de compreender e, consequentemente, resolver situações cotidianas com repercussões que podem afetar a saúde, a economia e o futuro não só da família, mas também de toda a comunidade.